Crise – Conselho de Direitos Humanos

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Em Buenos Aires, uma jornalista sofreu um ataque violento enquanto voltava para casa durante a tarde de ontem. Conforme testemunhas, ela foi parada por um policial, que perguntou se a mulher trabalhava em um jornal independente que havia realizado uma matéria aprofundada apontando focos de corrupção na corporação. Mesmo ao negar — visando a sua segurança —, o homem a reconheceu e desferiu disparos em sua direção. Câmeras de segurança captaram o momento.

Atualmente, a jornalista está internada no Hospital Rivadavia, na capital do país, enquanto se recupera dos tiros que a atingiram no ombro e no braço direito. O suspeito permanece foragido, e forças policiais realizam buscas. Entretanto, os colegas de trabalho da profissional afirmam que os esforços da corporação não são verdadeiros. “Há ordens para que, se alguém vir o atirador, deixá-lo fugir”, afirmou um jornalista com contatos da Delegacia de Polícia Civil de Buenos Aires.

Assim, as suspeitas de corrupção, somadas com o ataque à jornalista e com os rumores de falhas nas investigações, representam um estado de preocupação para o governo do país. A Argentina tem histórico de supressão de liberdade de imprensa, mesmo com avanços na área, e um ataque tão direto quanto esse traz à luz o debate sobre a segurança de jornalistas no país — para estas pessoas, o seu trabalho sempre teria como consequência a insegurança sobre a sua vida?